Na manhã desta segunda-feira (18) um policial militar de 38 anos evitou que um incêndio se propagasse por lojas e prédios do Bairro da Glória, em Vila Velha, mesmo com risco da sua própria vida. Apesar da orientação médica de manter repouso, já às 8 horas do dia seguinte de ter evitado uma tragédia, o soldado PM Isaías de Souza Oliveira está de volta às suas atividades, no ciclopatrulhamento do 4º Batalhão.
Cerca de 20 pessoas ainda estavam dentro do restaurante quando o fogo se instalou. Havia risco de explosão de dez botijas, com capacidade para 108 litros de gás cada, e como o incêndio era no andar superior do prédio, muitas lojas ainda funcionavam no térreo. A dupla de ciclopatrulhamento, formada pelos soldados Isaías e Lacerda, foi a primeira a chegar.
O soldado Isaías trabalha há 17 anos na PMES e tem noções de combate ao incêndio. Ele entrou no prédio, pediu para ligarem o sistema de hidrantes do local, enquanto o soldado Lacerda fez o isolamento da rua e evacuou as lojas do prédio. Do local do incêndio, o soldado usou o rádio para pedir reforço e manter o Centro Integrado de Operação de Defesa Social (Ciodes) informado da situação.
Ele orientou as pessoas para que se afastassem do prédio e buscassem todos os extintores de incêndio disponíveis. Aproximadamente cinco delas o ajudaram no resfriamento das botijas com os extintores, enquanto o parceiro dele buscava mangueiras do sistema de combate a incêndio dos prédios vizinhos. O vazamento de uma das botijas foi contido, mas o fogo se alastrou para o telhado. Com a entrada de mais oxigênio o fogo aumentava, ameaçando atingir prédios vizinhos.
O soldado Isaías, então, subiu no telhado para conter o fogo, sem nenhum equipamento de segurança ou máscara contra a fumaça. Foi ajudado por um rapaz que mantinha uma camisa amarrada no rosto, que não quis deixá-lo sozinho.
Quando o reforço do Corpo de Bombeiros chegou, o fogo já estava extinto. O soldado Isaías desceu para verificar se havia mais alguém nas lojas do térreo. Foi quando sentiu dificuldade para respirar e se lembra apenas de acordar na ambulância, sem sentir as pernas. Ele foi intoxicado por gases.
“Eu o vi no corredor, cambaleando e o segurei. Foi quando vi que ele estava inconsciente. Chamei a ambulância pelo rádio e fiz os primeiros socorros com a ajuda de um civil”, relata o parceiro de ciclopatrulhamento, soldado Dirley Lacerda.
Questionado sobre a ocorrência, o soldado Isaías se emociona e diz que se lembrou da esposa e do filho de três anos: “Foi uma loucura o que fiz, mas saio com o sentimento de dever cumprido. Graças a Deus ninguém se machucou, nem levemente”.
Durante todo o tempo de trabalho na PMES ele nunca passou por situação semelhante, nem mesmo nos três anos em que trabalhou como bombeiro. “Foi tudo muito rápido, não pensei, as pessoas me ajudaram, mas conseguimos salvar o bem maior que é a vida”.
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