Governo do Estado do Espírito Santo
08/08/2013 21h00 - Atualizado em 18/05/2018 11h10

Polícia Militar se despede do Coronel Silva


Foi realizada no final da tarde desta quinta-feira (08) no pátio do Batalhão de Missões Especiais (BME) uma solenidade militar alusiva a passagem para a Reserva Remunerada do Coronel Dejanir Bráz Pereira da Silva. O último dia de serviço do Cel Silva será nesta sexta-feira (09) na Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa (Deip) onde atua como Diretor desde a época em que deixou o Subcomando Geral da Corporação.

Prestigiaram o evento no BME diversas autoridades militares e civis que, de alguma forma, participaram direta ou indiretamente da carreira do Cel Silva. Dentre as autoridades militares, estiveram presentes o Comandante Geral da PM, Cel Edmilson dos Santos, o Chefe do Estado Maior Geral, Cel Ruy Guedes Barbosa Júnior, o Comandante do Policiamento Ostensivo Metropolitano (CPO-M) Cel Carlos Henrique Pereira França, o Diretor de Comunicação Social, Cel Douglas Zucolotto, o Diretor da Diretoria de Inteligência (Dint), Coronel Marcos Antonio Souza do Nascimento, o Comandante do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), Ten Cel Marcelo Luiz Bermudes Rangel, o Comandante do Regimento de Polícia Montada, Ten Cel Lamaison Luiz da Silva Silveira, o Comandante do Centro de Formação e Aperfeiçoamento (CFA), Ten Cel Márcio Celante Weolffel, o Comandante do 3º Batalhão (Alegre), Ten Cel Hermano Pinto de Oliveira, além, é claro do Ten Cel Alexandre Ofranti Ramalho, Comandante do Batalhão de Missões Especiais (BME), anfitrião da solenidade.

Cabe destacar aqui a presença na cerimônia do Cel RR Juarez Monteiro da Silva, que foi um defensor nato do BME e contribuiu de forma incisiva na criação e desenvolvimento do Batalhão de Missões Especiais, sendo inclusive seu Comandante em um passado recente.

Também estiveram presentes autoridades civis representantes da Empresa Fibria, Sr Pedro Paulo, o Presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de Empresas Corretoras de Seguros, Sr José Rômulo da Silva e representantes da Petrobrás dentre outras autoridades civis.

Durante a formatura militar, que foi dotada de momentos de forte emoção, o Cel Silva assumiu desde o início da solenidade posição de destaque frente à tropa formada para que recebesse todas as comendas que foram carinhosamente preparadas pelas unidades em que o destacado Oficial Superior serviu.

A tropa formada, comandada pelo Maj Geovanio da Silva, foi composta por um pelotão do Regimento de Polícia Montada (RPMont), um pelotão do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), uma pelotão de Alunos Oficiais do Centro de Formação e Aperfeiçoamento (CFA) e por três pelotões do Batalhão de Missões Especiais (BME). Todas essas unidades representadas na tropa foram unidades onde o Cel Silva Serviu durante anos e assim guardava um carinho especial.

Durante as homenagens o Cel Silva recebeu alguns presentes oferecidos pelas empresas que participaram da solenidade além de placas de destacada deferência preparadas pelo RPMont, BPTran, 3º Batalhão, BME e Petrobrás.

Durante as falas proferidas em homenagem ao Cel Silva realizadas pelo Comandante Geral da Polícia e Pelo Comandante do BME podemos destacar algumas partes importantes.

Na fala do Ten Cel Ramalho, que foi dotada de fibra, robustez, firmeza, carinho e amor podemos dizer que foi um discurso à altura da carreira do Cel Silva. Cada palavra dita tinha um encaixe perfeito na rotina de 31 anos de caminhada na corporação. Fora a parte o discurso escrito, muito belo e preciso, cabe enfatizar a forma com que o Comandante do BME o realizou. Só estando lá, ao vivo, para sentir o grau de verdade e comprometimento expressado em cada palavra dita. Foi emocionante para quem o presenciou, e nesse ponto o Ten Cel Ramalho está de parabéns.

Para destacar esse profícuo discurso, é relevante e necessário repetir e recontar aqui alguns trechos muito bem combinados na perfeita oratória de seu locutor.

“Trata-se do dia em que finaliza-se o sonho de um jovem humilde e perseverante, que no ano de 1983 passou a integrar as fileiras da Polícia Militar do Espírito Santo...”ao romper os umbrais da Academia Dom João VI, na respeitável coirmã Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, desenhava-se uma brilhante carreira...”O tempo de Academia passou, chegou o Aspirantado, que também foi sucedido por outros cursos, especialização e promoções, até merecidamente alcançar o último Posto”. Aqui foi destacado o início de uma carreira que honraria todos os integrantes da Polícia Militar.

Seguindo o texto temos: “Especificamente nesta Unidade, poderíamos enumerar seus feitos, com obras, cursos, aquisições de materiais e outras tantas conquistas, materializadas em sua primorosa gestão. Mas, tudo isso é muito insignificante diante de qualidades pessoais como virtude, carisma, honra, integridade moral, lisura, sinceridade, honestidade e, sobretudo amizade e camaradagem...”Seu talento para congregar e harmonizar, sempre transformou dificuldades em estímulos e cultivou a admiração e o respeito de todos que trabalharam ao seu lado. Sua conduta na caserna nos deixou o legado de que comandantes e comandados, por intenções, atos e palavras, escrevem a sua história militar”. “...Suas características militares são permeadas com rígidos códigos morais, éticos e de honra, com base sólida em espartanos princípios de disciplina...”. Toda a fala sempre foi destacada como sendo apenas uma pequena referência a uma trajetória de muita cumplicidade com a Instituição Polícia Militar.

O final do discurso será aqui remontado na integra, pois não há o que abreviar, cada palavra escrita é e sempre será a face do Cel Silva, assim temos:

“Pela última vez, nobre combatente, dobre sua farda vincada, pendure seu coturno engraxado, guarde sua espada embainhada e tenha a certeza de que a sua missão foi cumprida.

Valho-me das palavras do apóstolo Paulo a Timóteo: “Combati o bom combate, concluí a jornada e guardei a fé”.

E ainda sobre saída e partida, cito o sociólogo curitibano Jamil Snege que escreveu: “Já inspecionei a prova, amarrei a carga, desatei a vela. O vento sopra forte e enfuna meu coração de alegria. Agora é contigo senhor. Toma o leme e risca o rumo do meu barco. Não penses que irei por este mar sozinho”.

Vai com Deus meu camarada.

Muito Obrigado”.

Após a fala do Ten Cel Ramalho o Cel Silva tomou o microfone ao seu poder e inicio seu discurso dizendo que raras foram as vezes em que sentiu embargar a voz diante de tamanha homenagem, pois não é dado a fortes emoções.

Assim, disse que ficou surpreso ao chegar ao BME esperando uma singela homenagem e logo percebeu que não seria somente uma despedida simples, pois lá estavam perfilados o RPMont, BPTran, CFA e BME. Acrescentou que também ficou, de certa forma, constrangido com a quantidade de homenagem a ele oferecidas.

Relatou na linha do tempo sua carreira para os que ali estavam e não o conheciam tão bem pudessem ter acesso ao seu passado. Sua carreira teve início quando foi ao Quartel do Comando Geral (QCG) em 28 de setembro de 1982 fazer a inscrição para o Curso de Formação de Oficiais (CFO). Foi aprovado e inicio o curso na Escola de Formação de Oficiais Dom João VI, no Rio de Janeiro, para onde a PMES o mandou, pois no Espírito Santo não havia o Curso de Oficiais. Foi declarado Aspirante em 1º de dezembro de 1985, e, a partir daí serviu no Antigo Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CEFAP), 4º Batalhão (Vila Velha), Companhia de Policiamento de Choque, Cavalaria, Batalhão de Trânsito, 8º Batalhão (Colatina), Batalhão de Missões Especiais e Quartel do Comando Geral. Destacou que realizou todas as atividades atinentes ao Oficial da PMES.

Foi também com palavras de orgulho que destacou ter assumido o comando do Batalhão de Missões especiais ainda como Major, permanecendo no comando por 4 anos, 4 meses e 6 dias.

O Cel Silva também presentiou aos presentes contando um pouco de sua vida antes do início da carreira militar. Disse que, quando tenra criança de apenas 8 anos, acordava às 3 horas da madrugada todos os dias para colher Hortaliças que a família plantava, pois às 5 horas elas já tinham que estar no mercadinho para a venda. Dos 10 aos 14 anos foi vendedor de picolé, latas e engraxate. Aos 15 anos foi contratado por uma gráfica para varrer o chão e lavar o banheiro. Enfatizou que nasceu em berço de espinhos e chegou verdadeiramente a passar fome, contudo tinha a noção clara em sua mente de que a única forma de melhorar daquela situação era a partir dos estudos. E este foi o caminho trilhado. Aos 21 anos já era professor de várias escolas públicas e privadas.

Por fim fez questão de deixar uma mensagem para os que estão ficando, frase esta já dita em outras ocasiões. “O exemplo pessoal do comandante faz maravilhas. Sejam perseverantes e honrem a PMES”.

Após o discurso do Cel Silva o Comandante Geral da Polícia Militar, Cel Edmilson dos Santos encerrou a solenidade com sua fala.

O Cel Edmilson fez questão de chamar o Cel Silva de “SENHOR”, palavra esta não dita somente uma, mais três vezes seguidas e com o devido destaque, deixando claro o respeito que o Comandante Geral possui pelo seu veterano de Escola de Formação de Oficiais.

O Cel Edmilson também contou uma história de quando trabalhava na Casa Militar, e, ao sair do Palácio do Governo viu o então Capitão Silva em uma motocicleta do Batalhão de Trânsito trabalhando na fluidez do trânsito no Centro da Cidade. Aquilo era mais uma mostra do comprometimento do Cel Silva com a sociedade capixaba.

Também foi destacado pelo Comandante Geral que sua carreira foi influenciada pela forma rigorosa com que o Cel Silva conduzia sua vida profissional. Tratou-se de um exemplo que corroborou para sua formação militar, ética e humana.

Ao término da solenidade o Comandante Geral concedeu ao Cel Silva a honraria de receber a continência da tropa durante o desfile.


Homenagem no CFA


O Coronel Dejanir Bráz Pereira da Silva também recebeu uma homenagem especial, nesta sexta-feira (09), durante a tradicional formatura matinal, que ocorre todas as sextas-feiras, no Centro de Formação e Aperfeiçoamento (CFA), em Cariacica.

Na oportunidade o comandante do CFA, Tenente-Coronel Márcio Celante Weolffel elogiou o Coronel Silva, por ter sua vida profissional pautada em princípios éticos, conduzindo assim a administração pública com dedicação, vigor e experiência por cada setor que passou dentro da PMES. Referiu-se ainda ao Coronel dizendo que ele fez história na geração que passa e faz história para geração vindoura. Concluiu sua fala lembrando uma frase sempre dita pelo coronel Silva, “lutar, vencer e nunca esmorecer”.

O coronel Silva em sua fala disse a todos que estará na reserva, mas torce por cada um daqueles que estavam presentes. “Em cada momento, em cada ocorrências em que vocês estiverem eu estarei torcendo por vocês e pela Polícia Militar”. Referiu-se aos alunos soldados em formação pedindo que “lutem, vençam e nunca esmoreçam”. Finalizou agradecendo por ter servido na Polícia Militar ao lado de tantos valorosos combatentes, prestando assim uma continência a todos, em agradecimento.

Na ocasião ainda o Coronel Silva recebeu das mãos do comandante do CFA uma placa de homenagem, e ao final foi cumprimentado por vários policiais militares que participaram da cerimônia.


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