A Polícia Militar teve a honra de receber na manhã desta terça-feira (29) o Coronel aposentado do Exército norte americano Jonh B. Alexander, que proferiu a aula inaugural do Curso de Instrutor de Uso Proporcional da Força e Técnicas Não-Letais. A aula ocorreu no auditório do Hospital da Polícia Militar (HPM) que estava lotado para acompanhar a palestra do Coronel Alexander.

O tema da palestra do Coronel norte americano foi “Armas Não-Letais e Forças Policiais” e contou com tradução simultânea realizada por um soldado da PMES para as pessoas presentes que não dominavam o idioma inglês.

Estiveram presentes à aula inaugural o Cel Marcos Assis Batista, Comandante de Polícia Ostensiva Especializada, o Cel Ref Orely Lírio, o Sr Bruno Polez, Vice-prefeito do Município de Cariacica, o Sr Sérgio Pereira, Promotor de Justiça além de inúmeras autoridades civis e militares que abrilhantaram o evento.

O Curso de Técnicas Não-Letais para instrutores foi desenvolvido com base no crescimento desse sistema em todo o mundo e também no Brasil. Os movimentos ocorridos no ano de 2013 também foram importantes para uma aceleração do processo, uma vez que, é claro que os armamentos não-letais propiciam a preservação da vida e dos Direitos Humanos de centenas de milhares de pessoas. Trata-se de uma técnica que só tem a crescer e a trazer bons frutos para a Instituição, logo, a qualificação de Oficias para futura difusão em toda a polícia é algo pioneiro e de grande relevância para os militares que farão uso dessas técnicas em um futuro próximo.

O palestrante, Cel Alexander, ingressou no exército americano em 1956, servindo em Diversos países, dentre eles Tailândia e Vietnã. O Coronel desenvolveu conceitos de armas não-letais que foram utilizadas pelo exército americano além de ter trabalhado como chefe de tecnologia e inteligência e escrito vários livros sobre o tema. O arcabouço de conhecimento do Cel Alexander o credencia a falar sobre o tema em vários países ao redor do mundo.

Durante a palestra foi dito várias vezes que três coisas são importantíssimas para o uso adequado de um armamento, seja ele letal ou não, quais sejam: Treinamento, treinamento e treinamento. O uso pragmático da força deve ser pensado diariamente e treinado exaustivamente para minimizar as perdas de vida. Existem vários equipamentos não letais que auxiliam na contenção de manifestações ou distúrbios civis, dentre eles podem ser citados a simples lanterna, que com seu foco de luz confunde as pessoas e o Spray de pimenta que é muito efetivo quando utilizado da forma correta. Também são bastante efetivas as armas que disparam munição de borracha, contudo, devido ao forte impacto devem ser realizados disparos a uma distância de segurança que permita somente dissuadir o manifestante, contudo sem que cause maiores danos ou lesões.

Outra arma importante é o Taser que emite uma corrente elétrica e imobiliza a pessoa sem necessariamente causar uma lesão. Existem dados de que mais de 3 milhões de pessoas já foram atingidas voluntariamente por armas de energia elétrica sem que sequer houvesse um óbito, contudo a mídia insiste em dizer que as armas taser tem provocado várias mortes ao longo dos anos. Segundo o Coronel Alexander essa é uma informação falsa que deve ser sempre combatida, visto que, esses equipamentos vêm preservando milhares de vidas e não as ceifando.

Ainda foram apresentados pelo palestrante vários outros equipamentos não-letais que podem ser utilizados caso seja necessário diante de situações em que o uso de armamento convencional provocaria a morte de muitas pessoas. Ainda foi bastante frisado que a tecnologia não-letal vem sendo desenvolvida há muitos anos, o que tem levado a um ganho de qualidade expressivo devido ao aumento da tecnologia ao longo dos últimos 25 anos.

Por fim o Cel Alexander deixou mais uma vez claro que o uso de armas não-letais salva vidas e devem ser difundidas as suas técnicas por todos os países que desejam preservar a vida, porém o uso desses equipamentos devem ser seguidos de muito treinamento.

O Major Riani, coordenador do curso enfatizou o pioneirismo da iniciativa da PMES em capacitar seus oficiais para um assunto tão complexo. Destacou também que a transmissão desse conhecimento exige grande responsabilidade, uma vez que o principal objetivo dessas técnicas é permitir a preservação da vida humana e a defesa dos Direitos Humanos, ao mesmo tempo em que proporcionam à polícia a eficácia nas suas ações.

O curso visa capacitar oficiais da PMES e de outras corporações para atuar como instrutores de uso proporcional da força, que vai desde a verbalização com eficiência e à potencialização da presença policial até o uso de armas de fogo, passando por diversas técnicas não-letais, como o uso de munições de impacto controlado, granadas fumígenas e explosivas e armas de condutividade elétrica. Além de 16 oficiais da PMES, participam do curso, como alunos, um capitão da PMAL, um capitão da PMBA e um tenente da PMDF.


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