Governo do Estado do Espírito Santo
31/10/2012 22h00 - Atualizado em 18/05/2018 09h51

Pilotos debatem “Segurança de Voo” em seminário promovido pelo Notaer

Um encontro para discutir doutrinas de segurança de voo e prevenção de acidentes aéreos marcou os 20 anos de atuação do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (Notaer) nesta quarta-feira (31), com o I Seminário de Segurança de Voo, promovido pela Secretaria da Casa Militar. Os temas “Fadiga de Voo”; “Influência da cultura organizacional no acidente aéreo com aeronaves da segurança pública” e a “Evolução da segurança operacional em 20 anos de aviação policial no Espírito Santo” atraíram, aproximadamente, 100 pessoas do meio aeronáutico.

O evento reuniu representantes de unidades aéreas das Forças Armadas, das polícias e bombeiros militares do País, além de entidades civis ligadas à aviação no Brasil, entre eles o chefe do setor de prevenção do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), major Felipe Köeller Rodrigues Vieira e o coronel médico da Força Aérea Brasileira, Ricardo Kanashiro, que abriu o seminário com a palestra “Fadiga de Voo”.

O tema tratou de fatores operacionais e individuais que geram estresse e que podem interferir no desempenho operacional do piloto e da tripulação, bem como na prevenção de acidentes causados pelo cansaço. De acordo com o coronel, que está há 28 anos na Força Aérea e é especialista em medicina espacial, a doutrina de segurança de voo deve estar presente em todos os níveis para que haja menos exposição ao risco.

“Fatores operacionais, fisiológicos, psicológicos e profissionais influenciam em uma boa qualidade de voo e na prevenção de acidentes. Este tema é primordial para que haja responsabilidade não só pela instituição que coordena o serviço, mas depende também da contribuição individual. Com um melhor preparo físico, intelectual, emocional e até espiritual, esses profissionais estarão mais preparados para exercer suas atividades”, conclui Kanashiro.

Em seguida, o major e piloto da Polícia Militar da Bahia, Carlos Renato Silva, tratou da influência da cultura organizacional no acidente aéreo com aeronaves da segurança pública. Encerrando o ciclo de palestras, o major e piloto de helicóptero do Notaer, Paolo Quintino de Lima, falou sobre a evolução da segurança operacional em 20 anos de aviação policial no Espírito Santo.

“A evolução da segurança operacional em 20 anos do Notaer tem se materializado na preocupação constante e crescente do Governo do Estado e da Secretaria da Casa Militar com a aquisição de equipamentos individuais e coletivos de proteção, treinamento e qualificação de seus profissionais, na formação de pilotos, dentre outras medidas, proporcionando uma atividade aérea de segurança pública e defesa civil mais segura e coerente com os ditames da doutrina de segurança operacional”, concluiu major Quintino.

O evento atraiu profissionais da aviação de várias partes do País e do Estado, como Keldo Gabriel Campos, coordenador de segurança operacional da Infraero em Vitória. “Participar de um evento como esse é de fundamental importância, primeiro pela parceria forte que temos com o Notaer, e segundo porque abrimos a discussão para temas que abordam a prevenção de acidentes não só no Espírito Santo, mas também no Brasil”, disse ele.

Resultados

Em 20 anos de existência, o Núcleo de Apoio e Transporte Aéreo (Notaer) da Polícia Militar já foi acionado para 2.500 missões, realizou três mil horas de voo policial e o resgate de 240 vítimas de acidentes. Atualmente, 36% dos acionamentos do Notaer são para o atendimento de ocorrências ligadas à segurança pública, como o apoio a diversas unidades operacionais da Polícia Militar, para busca e captura de criminosos, resgate de pessoas em áreas alagadas e de difícil acesso, entre outras.

O comandante da Casa Militar, coronel Hélvio Prostel Andrade, reforçou o investimento em treinamento e capacitação dos profissionais do Notaer e os avanços alcançados pelo núcleo no decorrer de 20 anos. Ele frisou que “procedimentos preventivos são essenciais para a segurança de voo, para a qualidade de vida do profissional da aviação e para um bom serviço prestado”.

“Qualquer incidente tem uma repercussão muito grande no meio aeronáutico e discutir o tema segurança de voo cria no ambiente operacional mais tranquilidade, ou seja, mais segurança para o profissional que executa esse serviço. O evento também é motivacional e uma forma para aprimorar as rotinas operacionais e os métodos de aplicação”, disse o chefe do Notaer, tenente-coronel Daltro Antônio Ferrari Júnior.

Atendimento

Para o cabo Márcio Gonçalves de Lyrio, tripulante do Notaer desde 2009, os assuntos tratados no seminário são discutidos diariamente pela equipe. “O nível dos palestrantes é do mais alto grau e, apesar de termos a preocupação com a prevenção no nosso dia a dia, os assuntos apresentados no seminário são discutidos de forma mais profunda. A repetição dessas discussões é o que realmente faz mudar comportamentos e evitar acidentes”, disse Lýrio.

Ele, que para atuar no Noater participou do curso de tripulante operacional desenvolvido pela unidade, tem uma função importante dentro do núcleo. Além de cuidar de toda montagem de equipamentos usados na aeronave como ferramentas de resgate e de combate a incêndio, também atua em terra com o resgate de vítimas.

“Durante o treinamento também aprendemos técnicas de primeiros socorros. No ano passado, fizemos um resgate difícil no Pico da Bandeira, na Região do Caparaó. Resgatamos uma vítima que tinha tido uma parada cardíaca no local. Foi uma manobra difícil para o piloto e também para nós, devido à área de difícil acesso, mas com a técnica que aprendemos e a preocupação com a segurança de voo, conseguimos fazer o resgate com sucesso e salvamos uma vida”, disse.

O oficial da segurança de voo do Notaer, major Sérgio Luiz Anechinni, diz que as ações desempenhadas pela unidade nesses 20 anos são avaliadas e reformuladas quando há necessidade. “A grande importância desse evento é a segurança operacional. Tudo que discutimos hoje nos faz refletir as ações que foram desempenhadas pelo Notaer nesses 20 anos. Daqui para frente, podemos projetar novas ações de segurança pública com maior qualidade e segurança”, concluiu.

Histórico

As operações aéreas no Estado tiveram início em 1992, com a criação do Grupamento de Radiopatrulhamento Aéreo (Graer) e com a aquisição do modelo Esquilo B, helicóptero que era utilizado apenas em voos governamentais. Com o passar dos anos, o grupamento foi expandindo suas atividades para empregar também voos policiais.

O Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (Notaer) foi criado pelo decreto n° 1137-R de 11 de março de 2003 e está diretamente subordinado à Secretaria de Estado da Casa Militar. Atualmente, o Notaer conta com quatro aeronaves. Mais de 90% de sua tripulação é composta por policiais, em sua maioria, militares. Porém, policiais civis e bombeiros também compõem a equipe. No total, onze oficiais atuam como piloto de aeronave.

O precursor da aviação policial no Estado foi, na época, o 1º tenente da Polícia Militar, Carlos Eduardo Marques Magnago, atualmente coronel da reserva, primeiro piloto do Notaer que também realizou o primeiro voo voltado para a atividade policial no Espírito Santo, provocando o questionamento sobre a necessidade de se criar um Grupamento Aéreo no Estado.


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