Durante a solenidade militar em comemoração aos 184 anos da Polícia Militar do Espírito Santo na noite desta sexta-feira (05), o comandante-geral da Instituição, coronel Moacir Leonardo Vieira Barreto Mendonça, discursou sobre a força dos policiais militares; a empreitada para o sucesso das missões; ética; interação com a sociedade, entre outros temas.

Acompanhe o discurso na íntegra:

A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las. (Aristóteles)

O aniversário de uma Instituição quase bicentenária como é o caso da Polícia Militar do Espírito Santo é sempre marcante. É de fato um evento grandioso, em que as honras são prestadas não por mera retórica, mas sim por justo reconhecimento. Somos uma Força Pública de relevantes e históricos serviços prestados à sociedade e ao país, e a nossa maior marca é a águia protetora que estampamos em nossa farda. Proteger e Socorrer está no DNA desta Corporação.

Corporação significa a união de pessoas com afinidades profissionais e voltadas ao cumprimento de uma missão, numa mesma empreitada. A única coisa que mobiliza, impulsiona e arrasta as pessoas numa Corporação é o sonho de realizar algo. A humanidade, em sua essência, sempre viveu de sonhos. Toda grande empreitada nasceu de uma fé sonhadora que deu a alguém uma força maior para superar os obstáculos, as incompreensões e as invejas, que os interesses mesquinhos criam pelo caminho. A realização de qualquer empreitada depende sempre da contribuição e do consenso de muitas pessoas. Ninguém realiza grandes sonhos corporativos sem pessoas energizadas em torno deles. Ninguém faz nada sozinho, fechado ou isolado. Somos gregários por natureza, temos a necessidade de nos unir para viver coletivamente. O elo que nos une é o sonho de realizar grandes feitos para proteger a sociedade e elevar o nome da Polícia Militar, patrimônio do capixaba, no patamar que ela sempre mereceu.

As pessoas se sentem fortes quando se sentem unidas, quando têm objetivos comuns, quando sentem o seu trabalho reconhecido e valorizado. Há sucesso na empreitada quando do Comandante ao Soldado mais moderno, todos se sentem orgulhosos de pertencer aos quadros da Corporação e de contribuírem para o enaltecimento do nome da instituição. Ética, lealdade, transparência, honestidade, respeito e temperança devem estar gravados em nossas mentes. E a hierarquia e disciplina são as bases indivisíveis que nos solidificam como Força Policial e nos mantém como um Corpo.

A Polícia Militar é um corpo moral e coletivo formado por homens e mulheres de bem, pertencentes a mesma sociedade que juramos proteger, mesmo com o risco da própria vida. Somos a linha de frente na trincheira inglória do controle da criminalidade num infeliz contexto cultural de vulgarização da violência e impunidade, cujas causas em nada guardam relação com a árdua tarefa de policiar.

Por conta de um período de onipotência centralizadora, que tanto causou mal, a instituição havia perdido sua vitalidade e energia. Mas, mudanças vêm acontecendo. O diálogo e o respeito retornam ao ambiente organizacional. Sabe-se que há um enorme passivo moral a ser restaurado e todos os integrantes precisam pensar e agir como Corpo, administrando ansiedades produzidas por longos períodos de expectativas represadas, para construir com maturidade soluções pactuadas de cada fator importante, e no seu tempo, para que a PMES continue como baluarte perene.

Para que a comunidade tenha sempre em nós, sua certeza de referência, muitas ações e programas institucionais são focados na proximidade e interação. Somos a face mais visível do Estado e convidamos a sociedade para cooperar conosco sendo nossos olhos e ouvidos vigilantes avançados. A Patrulha da Comunidade, a Patrulha Maria da Penha, a Patrulha Rural, a Patrulha Escolar, o PROERD, a Banda Júnior, a Equoterapia, o Banco de Leite, a Patrulha da Alegria e tantas outras ações, que nos conectam diretamente às comunidades, são todos projetos aderentes ao Programa Estado Presente, que retorna como política pública transversal de Proteção policial e social. E a Polícia Militar mostra sua importância, pois ela e a sociedade são indissociáveis. Não existe sociedade sem Polícia, nem Polícia sem sociedade, esta é a razão de nossa existência, pois dela seremos seu eterno guardião.

No combate à criminalidade, temos feito nossa parte, atuando de forma integrada com os demais órgãos que compõem o sistema de segurança e justiça, mesmo diante de todas as agruras enfrentadas, nossos homens e mulheres de farda mostram nosso valor, honra e espírito de servir. Nos 3 (três) primeiros meses do ano corrente, realizamos 9.831 Operações Policiais, que resultaram em 9.323 pessoas detidas, 778 mandados de prisão cumpridos e 788 armas de fogo apreendidas, contribuindo destacadamente para a sensível redução histórica de índices criminais. Nesse mesmo período já registramos 13,5% de redução no número de homicídios acumulados em relação ao ano passado, sendo o melhor resultado da série histórica desde 1996, além de 5% de redução geral nos crimes contra o patrimônio.

Tivemos uma atuação recente e histórica na Operação Verão e Operação Carnaval, em que nossos bravos policiais militares fizeram mais uma vez a diferença em defesa do cidadão, fruto também de um grande trabalho de planejamento e coordenação realizado pelo Estado-Maior Geral, Comandos Regionais e Comandos de área, com total suporte técnicologístico de nossas Diretorias setoriais, em que sinergia de atividades proporcionou total cadência nas tomadas de decisões indispensáveis à operacionalização das medidas de suporte à tão importante Operação que foi apontada como a que obteve o melhor resultado desde o início do registro oficial da série histórica.

Foram abordados 7.201 veículos; 75 veículos recuperados; 42 armas apreendidas (90% a mais que em 2018); mais de 4.000 unidades de entorpecentes apreendidos; 503 pessoas conduzidas às delegacias, e o menor número de homicídios registrado nessa época carnavalesca, desde o primeiro registro da série histórica em 2001, o qual foi acompanhado de outro dado importante: não houve registro de homicídio em local de festejo de Carnaval, não houve registros de homicídios na região Sul, nem na região Serrana, e, concluindo dados estatísticos, o mês de fevereiro foi o de menor registro de homicídios desde o ano de 1996. Nesses êxitos, consignamos o agradecimento ao Governador do Estado e equipe de Governo pela liberação dos recursos para pagamentos de diárias e ISEO, ferramentas que permitiram incrementar as ações e operações policiais no período.

Sabemos, obviamente, que, embora essenciais ao nosso trabalho, não são máquinas, veículos ou equipamentos que produzem isso isoladamente. Quem produz isso é o nosso maior patrimônio: nossa tropa, formada por todos os policiais militares que atuam nos 78 municípios do Estado. A nossa profissão é uma das mais estressantes do planeta e os efeitos fisiológicos e psicossomáticos na saúde do policial militar, o classificam como pertencente a uma categoria de menor expectativa de vida em relação à população, onde doenças cardiovasculares e circulatórias se mostram como principal causa de mortalidade de policiais militares no Espírito Santo.

A valorização desse combativo corpo de profissionais, que sempre se destacou por sua altivez, coragem e proatividade, é primordial para promovermos sua dignificação e respeito. Representamos o povo, somos um dos principais garantidores da democracia, da lei, da ordem e da paz. Somos agentes de Estado, na missão de servir ao cidadão capixaba. É a sociedade que nos acolhe, nos conhece, nos apoia, e, principalmente, nos avalia. Portanto, sermos avaliados de forma positiva pela sociedade é pressuposto de reconhecimento e valorização.

Não podemos esquecer de agradecer à sociedade que participou ativamente dos eventos comemorativos ao aniversário da instituição, visitando nossas exposições e apresentações nos Shoppings Centers, assistindo às competições esportivas militares, assim, aproveitamos para convidá-los para os demais eventos programados: Recreio no Quartel no dia 06/04 às 8h; Missa de Ação de Graças na Capela do QCG no dia 07/04 às 18:30h; Culto no dia 13/04 no QCG às 19:30h, e o passeio ciclístico no dia 14/04 às 7:30h; e, o fechamento com “chave de ouro”, os concertos da Banda de Música da PMES no Parque da Prainha, nos dias 13 e 14 de abril, com músicas das mais variadas épocas e estilos. Não percam!

A nossa gratidão a todos os militares integrantes da Comissão Organizadora dos eventos festivos, capitaneada pelo Coronel Ferrari, como também agradecemos a todos os apoiadores e patrocinadores, por permitirem que tudo ocorresse a contento.

Parabéns Polícia Militar do Espírito Santo, patrimônio do capixaba, e um parabéns especial a você, que construiu e constrói nossa história de fibra e honra: “Policial Militar, herói protetor da sociedade”.

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