Às vésperas de completar uma semana do seu falecimento, Padre Getúlio Carlesso não deixa apenas saudades, mas um legado importantíssimo durante os 43 anos em que esteve à frente da Capelania da Polícia Militar do Espírito Santo.
Muitas décadas de atendimento religioso e espiritual à família Policial Militar estreitou laços que ultrapassaram as barreiras profissionais e o revelaram como um amigo confidente e conselheiro. Padre Getúlio realizou cerca de 10 mil batizados em Vitória e celebrou inúmeros casamentos durante seu sacerdócio, concretizando a união de muitos policiais militares.
Ele foi o 3º Capelão da PM, durante uma jornada que começou no ano de 1968 e encerrou em 2008, quando foi liberado dos encargos de capelão aos 75 anos de idade. Apesar de ter ido para a reserva em 1993, padre Getúlio ainda ficou quase dez anos prestando assistência religiosa pela Capelania.
Natural de João Neiva, aos 14 anos de idade decidiu sair de casa em busca de um futuro melhor e foi para a Capital do Estado, onde se matriculou na Escola Técnica Federal. Lá se profissionalizou em Linotipia, um processo de impressão artesanal feito através de uma máquina conhecida como linotipo. Logo depois seus méritos lhe renderam uma vaga na Imprensa Oficial do Estado, com participação direta nas montagens dos jornais e modelagem das letras, que eram feitas em chumbo. Sua irmã, Aládia Carlesso, falou sobre sua dedicação pelo trabalho.
“Getúlio era muito batalhador, ficava até de madrugada montando os jornais e chegava em casa com marcas de queimaduras nas mãos provocadas pelo chumbo. Gostava muito do que fazia, mas sempre foi muito ligado à igreja. Não demorou para descobrir sua vocação para o sacerdócio”, relatou.
Aos 20 anos, Padre Getúlio decidiu ir para Minas Gerais, buscar a formação em um seminário de padres. “Me lembro como se fosse hoje: estávamos todos na sala, ele chegou com todas as economias que tinha nas mãos, entregou ao papai e disse: ‘Toma pai. Estou indo para um seminário em Belo Horizonte buscar minha vocação’”, revelou.
Padre Getúlio se notabilizou pela prática da caridade e, segundo Aládia Carlesso, era movido pelo sentimento de ajudar as pessoas. Além de aconselhador cristão, se propunha a cuidar da saúde espiritual dos policiais militares e da sociedade como um todo, assistindo famílias, retirando pessoas das ruas, provendo lar, comida e emprego. “Entre outras coisas, ele deixou o amor e a solidariedade como legado. Ajudou muita gente, foi um verdadeiro pai para todos nós”, disse.
O trabalho como Capelão não foi a única contribuição deixada pelo Padre Getúlio na Corporação. Dono de um conhecimento ímpar na área de Telecomunicações, ele foi responsável por implementar a comunicação dentro do antigo Copom (Centro de Operações da Polícia Militar), inovando o sistema de rádio-comunicabilidade presente nas viaturas, sendo possível o acionamento e a comunicação entre o Copom e várias guarnições ao mesmo tempo, e não apenas uma viatura por vez, como era feito antigamente.
O serviço de telefonia também contou com sua contribuição, assim como projetos importantes, até mesmo o da construção do Hospital da Polícia Militar, desde sua arquitetura e até a engenharia – passou por suas mãos.
“Ele era um autodidata, dono de uma inteligência brilhante. Teve um papel muito importante na Polícia Militar e também na sociedade. Eterno sonhador e também conquistador. Sonhou em poder transformar milhares de corações e contribuiu para um mundo melhor. Agora, fica a saudade”, finalizou Aládia Carlesso.
Padre Getúlio faleceu na última quinta-feira (03), devido a problemas de saúde. A missa de sétimo dia do seu falecimento será realizada amanhã (10), às 19h30min, na Comunidade Santa Clara, em Jardim da Penha, Vitória.
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