No dia 11 de abril, a Polícia Militar Ambiental foi acionada por um cidadão no município de Guaçuí, onde recolheu um gavião que estava às margens do rio com uma fratura na asa direita, sendo levado para o Hospital Veterinário da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), no campus de Alegre, para atendimento.

No hospital, o animal foi atendido pela médica veterinária, Roberta Jório, especialista em animais silvestres e o médico veterinário, Paulo Sérgio Cruz de Andrade Junior.

Nesta sexta-feira (10), chegou o momento tão esperado. Após 29 dias de tratamento no Hospital Veterinário, a ave foi solta no Parque Municipal Enio Fazolo no município de Guaçuí, plenamente recuperada, motivo de muita comemoração por toda a equipe de policiais ambientais e médicos que acompanharam a ave nas últimas semanas.

Segundo a médica veterinária Roberta Jório, “o Elvis (como foi apelidada a ave) chegou muito apático e magro. Confirmamos a suspeita de fratura na asa direita. Como estava muito debilitado, decidimos não submetê-lo à cirurgia, pois, devido a seu estado, havia risco de não resistir aos procedimentos anestésico e cirúrgico. Optamos por fazer uma bandagem, imobilizando a asa”.

Nos primeiros dias, o gavião recebeu alimentação através de uma sonda orogástrica (a sonda é colocada pela boca, passa pelo esôfago e chega ao estômago do paciente). Com o tempo, passou a receber aves pequenas, que compõem sua dieta na natureza, e ele aceitou bem.

Na sexta-feira (03), os veterinários removeram a bandagem e a fratura havia consolidado. Teve início então o período de observação, tentando determinar se ele havia ou não perdido a capacidade de voar. Essa é a principal preocupação quando uma ave apresenta uma fratura na asa. Mesmo com a consolidação da fratura, a ave pode ficar impossibilitada de voar.

A partir de então, Elvis, aparentemente, estava bem e apresentou voos curtos. Na última quarta-feira (08), foram observados voos um pouco mais longos, de um poleiro para outro, e foi decidido que já era hora de fazer a soltura e “dar uma nova chance ao nosso pequeno Elvis”.

Na sexta-feira (10), a ave foi levada para o local da soltura, onde no primeiro momento, “das mãos do policial pulou direto para o solo, onde ficou alguns instantes observando tudo ao seu redor, e, logo em seguida voou para uma árvore distante uns oitenta metros. Após permanecer uns dez minutos, sempre muito atento, continuando a observar a mata e outros animais, alçou um voo firme e longo, desaparecendo entre as árvores”. A satisfação dos policiais foi tão grande, que eles se cumprimentaram e resumiram a emoção em uma frase: “mais uma missão bem cumprida”, finalizou o capitão Roberto Martins.


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